Em 1946, o Exército dos Estados Unidos (US Army) abriu uma concorrência para o desenvolvimento de carro de combate leve com a finalidade de substituição o carro M24 Chaffee, este novo veiculo inicialmente designado como T37 deveria ser extremamente ágil para missões de reconhecimento em campo de batalha, sendo capaz ainda de enfrentar os tanques soviéticos T-34. Restrições orçamentários do período pós-guerra atrasaram a liberação de verbas para a construção dos protótipos das empresas concorrentes, sendo os mesmos construídos somente a partir de 1949. O projeto apresentado pela Cadilac Co. uma subsidiaria da General Motors foi selecionado para testes adicionais sendo definido como vencedor sendo designado como T41E1 em sua fase de pré-produção.
Os primeiros oito carros M41 denominados “Little Buldog“ começaram a ser entregues as unidades do US Army a partir de julho de 1951. As pressões crescentes geradas pelo envolvimento americano na Guerra da Coreia aceleram a produção e em março de 1952, mais de 900 M41 já haviam sido fabricados, porém entraram em serviço ativo muito tarde para participar do conflito, neste período passou a ser chamado de Walker Buldog “, em homenagem a um general americano Wanton Walker. Ao todo foram entregues 1.802 carros, porém verificou se que a produção apressada deixou muitos problemas de configuração sendo necessário implementar cerca de 4.000 alterações e melhorias no projeto original, desta maneira nascia em dezembro de 1952 a versão M41A1, os carros da primeira versão foram armazenados no Ordnance Corps Depot em Ohio a fim de serem posteriormente convertidos na versão melhorada.
Em fins de 1953 o M41A1 e sua versão subsequente o M41A2 já haviam substituído completamente os M-24 Chaffe nas fileiras do Exército Americano, a versão A2 incorporava um sistema de acionamento hidráulico da torre ao invés de elétrica, permitindo aumentar a disponibilidade de munições de 76 mm no carro, passando de 57 para 65 tiros, outro passo importante foi a adoção dos motores a diesel Cummins VTA-903T que representavam um enorme avanço sobre os problemáticos e de alto consumo Continental AOS-895-3 gasolina refrigerado a ar de seis cilindros e 500 hp. Apesar das melhorias implementadas até pela versão final M41A3, o modelo não se mostrou popular no serviço junto aos tripulantes de tanques do Exército Americano, pois muitas vezes os condutores se queixaram do espaço interior limitado, além de criticarem a altura, tamanho e design que afetavam sua capacidade de reconhecimento discreto no campo de batalha.
O batismo de fogo do M41 aconteceu durante a operação de invasão a Baia dos Porcos, quando cinco tanques foram fornecidos pela CIA aos revolucionários visando assim fazer frente as bases estratégicas protegidas por tanques T-34/85, embates ocorreram até que os M41 ficaram sem munição sendo abandonados pelas tripulações. Em 1964 como parte do esforço de apoio e modernização as forças blindadas do Exército da República do Vietnã (ARVN), o Comando de Assistência Militar determinou o fornecimento de centenas de tanques M41A3s que passaram a ser envolver nas maiores operações de combate, ao contrário do ocorrido no US Army o modelo de tornou muito popular entre os tripulantes da ARVN que geralmente eram de menor estatura do que suas contrapartes americanas e não experimentaram o mesmo desconforto que operava dentro do espaço interior limitado do tanque. Os últimos Walker Bulldogs foram entregues para a ARVN em 1972, durante a queda de Saigon muitos dos M41 restantes foram abandonados por suas tripulações e capturados, sendo posteriormente incorporados ao exército do Vietnã.
Antes mesmo de seu batismo de fogo, o Walker Buldog foi classificado como inadequado pelo comando do US Army para o emprego em missões aerotransportadas devido ao seu peso pois apesar de ser classificado como carro de combate leve, apresentava o porte real de um carro médio, levando assim a criação do M551 Sheridan. Como carro médio verificou se também que o M41 não poderia fazer frente aos novos tanques soviéticos T-54, levando ao desenvolvimento de novos carros como o M47 Patton, determinando assim o encerramento da produção do Walker Buldog em 1954 totalizando 5.467 unidades produzidas. Além dos Estados Unidos centenas de M41 foram fornecidos ao Chile, Republica Dominicana, Guatemala, Uruguai, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Etiópia, Republica Federal da Alemanha, Grécia, Japão, Líbano, Nova Zelândia, Paquistão, Filipinas, Portugal, Somália, Arábia Saudita, Somália, África do Sul, Espanha, Sudão, Tailândia, Tunísia e Turquia.
Emprego no Brasil.
No final da década de 1950 o Ministério do Exército Brasileiro, resolveu iniciar um processo de modernização de seus meios blindados que até então estavam equipados com carros de combate recebidos durante a Segunda Guerra Mundial que já eram extremamente obsoletos. Este processo seria viabilizado alguns anos antes com a assinatura do Acordo Militar Brasil - Estados Unidos, que concedia prazos e custos viáveis para a aquisição de material militar. Desta maneira foram recebidos em agosto de 1960, 50 carros de combate M41 que foram distribuídos ao 1º e 2º Regimento de Reconhecimento Mecanizado baseados nas cidades de Porto e Alegre e Santo Angelo no Rio Grande do Sul onde passaram a substituir os antigos M3 M3A1 Stuart.Lotes subsequentes passaram a ser entregues totalizando mais 275 M41 modernizados ao padrão M41A1 e 55 da última versão de produção o M41A3.
A introdução do Walker Buldog proporcionou ao Exército Brasileiro reequipar suas unidades (blindadas e mecanizadas), reequilibrando a balança de poder terrestre na América do Sul, então fortemente inclinada para a Argentina. Esse carro de combate foi a base de toda a formação blindada no Brasil a partir da década de 1960. Na época, era o que o Exército Brasileiro tinha de melhor e me maior quantidade. Estavam presentes em grandes unidades como a 5º Brigada de Cavalaria Blindada, 1º, 2º, 3º, 4º e 5º Regimento de Carros de Combate e no 4º, 6º, 9º e 20º Regimento de Cavalaria Blindado com algumas unidades destinadas a Escola de Material Bélico (ESMB). Os Walker Buldog tiveram ainda destacada atuação na revolução de 1964 onde muitos carros foram empregadas na defesa de pontos estratégicos do governo.
Ao substituir nestas unidades os antigos M3 Sherman, M3 Lee e M3 Stuart, o M41 trouxe às tripulantes inovações tecnológicas de grande monta, como torres com sistema de acionamento hidráulico da torre, maior velocidade de deslocamento, sistemas de mira, seu canhão M32 de 76 mm também era superior aos canhões empregados nos tanques da década de 1940, a versão M41A3 estava equipada com um sistema de visão infravermelha, aparato até então inédito no pais, e apesar de estar presente em um pequeno número de carros possibilitou a imersão dos tripulantes em uma tecnologia de suporte a combate realmente nova.
Porém apesar de sua importância, os M41 e M41A3, infelizmente nunca receberam a manutenção correta, com peças originais. Muitos veículos acabaram danificados pela aplicação de componentes de baixa qualidade em áreas críticas, como retentores, mangueiras e linha hidráulicas, causando a médio e logo prazo desgastes e consequentes quebras de outros componentes vitais, afetando assim a disponibilidade da frota. Esta irresponsável decisão apenas economiza algumas centenas de dólares por veículo, colocando em risco um blindado que chegava a custar mais de meio milhão de dólares. No início da segunda metade da década de 1970, a frota de M-41 brasileira apresentava o desgaste dos anos de operação, sendo acometida por altos índices de indisponibilidade causada também por deficiências no suprimento de peças de reposição, mais notadamente as relacionadas ao grupo motriz movido a gasolina, sendo este fato agravado pelo rompimento do acordo militar Brasil – Estados Unidos.
No anseio de amenizar estes efeitos e também promover melhorias foram conduzidos estudos visando um programa de modernização, onde além da substituição do grupo motriz importado por um nacional, previa-se a alteração do armamento principal, incluindo se um canhão de 90 mm, estes estudos foram coordenados a partir de 1976 pelo Parque Regional de Motomecanização da 2º Região Militar ( PqRMM/2), Centro de Tecnologia do Exército ( CTEx ), Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IPD) em conjunto a empresa Bernardini S/A. As primeiras unidades foram encaminhadas para a modernização a partir de 1978, encerrando assim o primeiro ciclo de vida deste modelo original no Brasil.
Porém apesar de sua importância, os M41 e M41A3, infelizmente nunca receberam a manutenção correta, com peças originais. Muitos veículos acabaram danificados pela aplicação de componentes de baixa qualidade em áreas críticas, como retentores, mangueiras e linha hidráulicas, causando a médio e logo prazo desgastes e consequentes quebras de outros componentes vitais, afetando assim a disponibilidade da frota. Esta irresponsável decisão apenas economiza algumas centenas de dólares por veículo, colocando em risco um blindado que chegava a custar mais de meio milhão de dólares. No início da segunda metade da década de 1970, a frota de M-41 brasileira apresentava o desgaste dos anos de operação, sendo acometida por altos índices de indisponibilidade causada também por deficiências no suprimento de peças de reposição, mais notadamente as relacionadas ao grupo motriz movido a gasolina, sendo este fato agravado pelo rompimento do acordo militar Brasil – Estados Unidos.
No anseio de amenizar estes efeitos e também promover melhorias foram conduzidos estudos visando um programa de modernização, onde além da substituição do grupo motriz importado por um nacional, previa-se a alteração do armamento principal, incluindo se um canhão de 90 mm, estes estudos foram coordenados a partir de 1976 pelo Parque Regional de Motomecanização da 2º Região Militar ( PqRMM/2), Centro de Tecnologia do Exército ( CTEx ), Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IPD) em conjunto a empresa Bernardini S/A. As primeiras unidades foram encaminhadas para a modernização a partir de 1978, encerrando assim o primeiro ciclo de vida deste modelo original no Brasil.
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