sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

FMC M-59 APC

História e Desenvolvimento.

No final da década de 1950 o comando do Exército Norte Americano, lançou uma concorrência para o desenvolvimento de um novo veículo blindado de transporte de tropas sob esteiras para a substituição dos modelos entre eles o pioneiro M-75 APC, que apesar de ser um veículo robusto e de alta confiabilidade, apresentava como principal característica negativa seu excessivo peso de deslocamento,  que além de  prejudicar sua capacidade em acompanhar os demais veículos blindados em campo, apresentava limitações quando do emprego anfíbio, não podendo também ser aerotransportado.

Diversas empresas apresentaram suas propostas entre elas a International Harvester Corporation (IHC) e Food Machinery and Chemical Corporation (FMC), estudos iniciais derivaram pela escolha do projeto da FMC quer era denominado T-59, este receberia a autorização do Exército Americano para a construção de vários protótipos para ensaios, sendo aprovado e classificado como o M59 em maio de 1953. Foi celebrando junto a FMC um contrato para a produção de 6.300 unidades que seriam entregues até fins de 1960.
Umas das primícias dos requisitos originais do projeto era o de proporcionar um baixo custo de produção, para isso foi empregado um grande número de componentes do carro de combate M-41 Walker Buldog, além de se utilizar como solução econômica, dois motores comerciais  a gasolina GMC-302, que geravam em conjunto 7.200 hp, sendo este grupo motriz  ligado a uma transmissão hidramática 301MG. Seu conceito contemplava ainda a capacidade de operação anfíbia, sendo dotado com sistema de vedação de borracha em todas as portas e escotilhas, desenvolvendo na água uma velocidade máxima de 6,9km/h, seu grande porte lhe proporcionava uma excelente capacidade de transporte de soldados ou carga, sendo possível inclusive, acomodar um jeep internamente.

As primeiras unidades do agora denominado M-59 APC, foram recebidas a partir de abril de 1953 nas unidades do Exército Americano, para desenvolvimento de doutrinas de operação deste novo veículo. Este emprego denotou uma grave deficiência relacionada a potência que se mostrava insuficiente devido ao seu alto peso de deslocamento, gerando uma velocidade máxima de 32km/h e uma baixa autonomia na ordem 150km, o que impedia eu emprego em conjunto com os demais veículos blindados no campo de batalha. Somado a esta deficiência, pesava ainda contra o M-59 a ausência de uma blindagem eficiente, estando assim facilmente vulnerável contra munições de médio calibre empregadas por países pertencentes ao bloco soviético.
A partir de 1957 foram produzidas algumas centenas de unidades de uma nova versão porta morteiro, denominada M-84 , sendo dotado com um morteiro 4.2 com uma tripulação de seis homens, apresentava um peso de deslocamento de 21.400 kg, superior a sua versão original por transportar toda a munição. Em ambas as versões, as características negativas de desempenho determinaram sua substituição pelos novos APC M-113 a partir de fins da década de 1960. O Advento da introdução deste novo APC determinou o repasse dos veículos para as unidades de Reserva Guarda Nacional , os excedentes da frota foram repassados a nações amigas como, Etiópia, Brasil, Grécia, Líbano, Turquia, Vietnã do Sul e Venezuela, onde se mantiveram em operação até o início da década de 1990.

Emprego no Brasil.

O Acordo Militar Brasil - Estados Unidos,  foi assinado em 15 de março de 1952 pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos, chefiados, respectivamente, por Getúlio Vargas e Harry Truman,  tendo como com o objetivo de garantir a defesa do hemisfério ocidental face as ameaças representadas pelo bloco soviético. Com o título oficial de Acordo de Assistência Militar esta parceria bilateral , estabeleceu basicamente o fornecimento de material norte-americano atualizado para o Exército Brasileiro em troca de minerais estratégicos. 

Em termos práticos foram fornecidos a partir de agosto de 1960, 50 carros de combate M-41 Walker Buldog, 02 veículos de socorro e 20 viaturas blindadas de transporte de pessoal M-59APC, estes VBTT eram da versão A1 a mais atual com casco em aço soldado RHA com uma espessura de armadura de 25 mm, seu interior podia comportar dez soldados totalmente equipados, ou ainda uma peça de artilharia ou um Jeep Willys. Este modelo ainda dispunha do sistema de periscópio M-17 e dispositivo infravermelho M-19 para condução do veículo em ambiente noturno ou com as escotilhas fechadas e também para poder operar a torre de metralhadora automática .50.
Os vinte carros recebidos foram distribuídos 20º Regimento de Cavalaria Blindada, 15º Regimento de Cavalaria Mecanizada e o 16º  Regimento de Cavalaria Mecanizada, onde tiveram o importante papel de desenvolver a doutrina de emprego destes tipos de carros de transporte de tropas, junto a forca blindada do Exército Brasileiro, superando em muito os procedimentos operacionais proporcionados pelos veículos blindados sob esteiras M-2/M-3/M-5 Half Tracks Americanos, recebidos durante a Segunda Guerra Mundial no termos do Lend & Lease Act (Lei de Empréstimos e Arrendamentos), modelos que não eram mais adequados ao cenário bélico, principalmente por não fornecer uma proteção adequada aos infantes.

A exemplo do ocorrido junto as operações no Exército Americano, o M-59 se mostrou inadequado em operar em conjunto com os carros de combate M-41 Walker Buldog, que foram recebidos no mesmo período, a esta deficiência foi agravada por problemas na infraestrutura viária do pais que dificultavam as operações de deslocamento. O advento da chegada dos novos modelos M-113 em fins de 1967 determinou o repasse dos M-59 a tarefas de treinamento em unidades localizadas no sul do pais. Algumas unidades foram preservadas em museus ou unidades do EB, e o restante vendido como sucata
Em meados da década de 1980, a Moto Peças Transmissões S/A de Sorocaba em parceria com o Exército Brasileiro, iniciou um programa de estudos para a modernização das vinte VBTT M-59A1. Inicialmente, pensou-se na substituição de seus dois motores a gasolina por um a diesel nacional, porém vislumbrou-se que apenas 20 carros não justificaria um processo de modernização, optando por se desenvolver uma nova viatura blindada de combate de infantaria que seria futuramente batizada como Charrua.

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