terça-feira, 23 de janeiro de 2018

PSM PUMA IFV



FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 70 Km/h.
Alcance máximo: 520 Km.
Motor: MTU V10 892 diesel e com 1070 hp de potencia.
Peso: 31,5 Toneladas (vazio) e 43 toneladas (totalmente pronto para combate).
Altura: 3,05 m.
Comprimento: 7,30 m.
Largura: 3,7 m
Tripulação: 3+6 soldados equipados.
Armamento: 1 canhão Rheinmetall MK-30-2 calibre 30 mm com 400 granadas; 1 metralhadora HK MG-4 cal 5,56X45 mm  com 2000 munições, 1 lançador duplo de mísseis EuroSpike LR e 6 lançadores de granadas fumigeneas de 76 mm.
Trincheira: 2 m
Inclinação frontal: 60º
Inclinação lateral: 30º
Obstáculo vertical: 0,70 m
Passagem de vau: 1,2 m.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
O antigo veículo de combate de infantária Marder, projetado no começo dos anos 1970 já se mostrou inadequada para operar com segurança nos modernos campos de batalha, em especial em situação de guerra assimétrica devido a sua vulnerabilidade as mais recentes armas anti carro que vem surgindo nos teatros de operação (TO). Assim, no final dos anos 1990, o exército alemão (Bundeswehr) iniciou sua busca por um novo veículo que fosse bem mais resistente e que pudesse participar dos combates de forma mais eficaz, além, é claro, de transportar em segurança a infantaria. Uma joint venture entre a  Krauss-Maffei Wegmann (KMW) e Rheinmetall Landsysteme foi formada sob o nome Projekt System Management (PSM) que desenvolveu o novo veículo blindado que recebeu o nome de Puma (Panther).
Acima: O Marder não é adequado para operar no moderno ambiente de guerra moderna. Por isso o projeto do Puma trouxe uma viatura que se mostrou mais capaz em absolutamente todos os aspectos do desempenho e da capacidade de combate.
O Puma é considerado como o mais bem protegido veículo de combate de infantaria da atualidade. Seu projeto trouxe uma modularidade que permite adaptar o veículo a diversas situações, como por exemplo a incorporação de mais blindagens, novas armas e sensores. Porém, mesmo a blindagem básica dele já é admirável. No quadrante frontal, o Puma suporta impactos diretos de munição de canhão de 30 mm e nas laterais e traseira ele aguenta impactos de munição 14,5 mm, muito usado em metralhadoras pesadas dos países sob influencia russa. Essa proteção efetiva levou a um incremento no peso total do veículo que varia de 31,5 toneladas com a blindagem básica de fábrica, a 43 toneladas com todos os módulos de proteção extra,  o deixando com praticamente o peso de um MBT T-72. Ainda para sua proteção, o Puma emprega 6 lançadores de granadas fumigêneas (de fumaça) de 76 mm que produzem uma cortina de fumaça para facilitar manobras evasivas do veículo.
Acima: Nesta foto podemos ver um Puma com as placas modulares de blindagem extra. essa configuração torna o Puma, o veículo de combate de infantária mais bem protegido do mundo. 
O Puma possui um potente motor MTU V10 892 diesel e com 1070 hp de potencia que consegue acelerar todo o peso desse veículo a uma velocidade máxima de 70 km/h em estrada. Nada mau para um veículo que tem o peso de um MBT. Sua autonomia é de 520 km, o que se enquadra na média desse tipo de viatura. Na configuração básica, mas leve, o Puma pode ser transportado por uma aeronave de carga europeia A-400M Atlas, o que facilita sua implantação em caso de conflito.
As 6 rodas do Puma podem ser protegidas por uma saia blindada que pode ser acoplada ao veículo, o que permite uma maior chance de sobrevivência em caso de ser atacado por granadas propulsadas por foguetes (RPG), muito comuns nos campos de batalha de guerra assimétrica. O Puma não é uma viatura anfíbia, porém pode transpor rios com profundidade de 1,2 metros.
Acima: A estação de sensores WAO traz o telémetro a laser e a câmera térmica para o artilheiro do Puma poder fazer a visada dos seus alvos em qualquer situação de visibilidade e com alto nível de precisão.
O Puma está equipado com um periscópio estabilizado PERI com com capacidade para seis níveis de zoom e que fornece a imagem simultaneamente para displays do comandante e do artilheiro. isso ajuda na manutenção de uma melhor consciência situacional. O artilheiro do Puma conta, ainda, com uma estação WAO  equipada com uma câmera térmica com um telêmetro a laser que ajuda na visada do alvo antes do disparo.
O armamento do Puma é composto por um canhão estabilizado Rheinmetall MK-30-2 calibre 30x173 mm com carregador com capacidade de 200 granadas, e havendo mais 200 granadas estocadas dentro do veículo. Este canhão consegue uma cadência de 700 tiros por minuto com eficiência contra alvos a 3000 metros de distancia. As granadas  podem ser perfurantes de blindagem, incendiária ou de fragmentação tipo airburst onde um timer eletrônico programável detona a uma distancia específica do alvo para causar danos em uma área ao redor do ponto do alvo. O Puma é equipado com uma metralhadora coaxial HK MG-4 em calibre 5,56X45 mm com 1000 munições prontas para uso e mais 1000 armazenada dentro do veículo. O Puma pode ser armado com uma torre com dois mísseis EuroSpike  Spike LR cujo alcance chega nos 4000 metros e sua guiagem pode ser por infravermelho ou eletro-óptico (câmera CCD). Com esta arma, o Puma pode lutar contra carros de combate MBT ou destruir alvos fixos reforçados como bunkers.
Acima: O potente canhão Rheinmetall MK-30-2 em calibre 30 mm é capaz de fazer um sério estrago na maioria dos alvos que ficarem dentro de seu alcance. São transportadas 400 munições dessa arma.
O Puma foi adquirido pelo exército alemão em 350 unidades sendo todas já entregues e fora o país que o desenvolveu, ainda não foi exportado principalmente por ser uma viatura bastante cara tendo um preço unitário de U$ 7 milhões. Porém, por ser um produto de nova geração e de desempenho excelente, certamente será considerado em futuros programas de aquisição de material militar para substituir carros antigos como o Marder, M-113 ou mesmo os M-2 Bradley.
Acima: A saída e entrada da tropa se faz pela parte traseira como na maioria dos veículos ocidentais. O Puma transporta 6 soldados totalmente equipados além da tripulação de 3 homens.

MITSUBISHI HEAVY INDUSTRIES TYPE 10



FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 70 Km/h em estrada.
Alcance máximo: 400 Km (em estrada).
Motor: Motor diesel V-8 com  1200 hp de potência. 
Peso: 48 Toneladas (carregado e equipado).

Comprimento: 9,40 m (contando o canhão)
Largura: 3,20 m.
Altura: 2,30 m.
Tripulação: 3 tripulantes.
Inclinação frontal: 60º.
Inclinação lateral: 30º.
Passagem de vau: 1 m; (estimado)
Obstáculo vertical: 1,25 m.(estimado)
Armamento: Um canhão Japan Steel Works 120 mm Alma Lisa e carregador automático; 1 uma metralhadora pesada modelo M-2HB calibre .50 (12,7 mm) e uma metralhadora Tipo 74 em calibre 7,62X51 mm; 8 granadas lançadoras de fumaça.

PREFÁCIO
Por Edilson Moura Pinto
Matéria produzida em parceria com o site Plano Brasil.
O carro de combate TK-X, também conhecido como o Type 10, é o mais recente desenvolvimento das forças terrestres japonesas no tocante aos MBT. Este novíssimo veículo de combate “peso leve” que junto com o Sul Coreano K-2 formam na atualidade os únicos MBT 4ª Geração em estágio operacional, são as referencias mundiais para  o desenvolvimento de carros de combate, embora, para alguns críticos, a primazia de tal feito seja creditada ao modelo japonês em função das suas reais características.
O Type 10 é a resposta japonesa para a guerra centrada em rede em ambiente no cenário do futuro e certamente é um divisor de águas no que tange ao desenvolvimento das novas famílias de carro de combate mundo a fora ao inaugurar uma nova era para os MBT. significativamente mais leves que seus concorrentes.
Segundo alguns especialistas, o veículo foi projetado para ser mais leve, a fim de cumprir as leis e normas das estradas japonesas. O novo MBT pode ser transportado em veículos de transporte comerciais e dispõe de modernos sistemas opto eletrônicos que o resguardam de uma capacidade muito superior aos veículos Type 90 os quais, vieram substituir.
O Type 10, destaca-se em inúmeros fatores, as capacidades incluídas no projeto, que se por um lado não eram objeto principal do programa, por outro, resultaram em características excepcionais ao veículo, tais como: mobilidade e agilidade, dimensionamento para combates em perímetros urbanos e casco projetado para aumentar os índices de reflexão balística com o mínimo de emissões reflexão Infravermelho e RCS.
Todas essas qualidades o garantem um maior índice de sobrevivência no campo de batalha moderno que agora enfrenta em outro campo um adversário nas decisões políticas e estratégicas da defesa japonesa, ameaçando a sua supremacia frente aos potenciais adversários regionais. Neste artigo como em todos da série MBT Brasil apresentaremos o Type 10 a mais nova arma das unidades de cavalaria blindada japonesas.


A ORIGEM.

Em 15 de dezembro de 2001, o governo japonês aprovou um novo plano de aquisições de médio prazo para a Força Terrestre de Auto Defesa Japonesas (JGSDF - Japan Ground Self-Defense Force). O montante de recursos totalizava cerca de US 223,6 bilhões.
Os projetos de pesquisa foram planejados para execução em cinco anos e, neles era incluindo o desenvolvimento de um novo MBT (Main Battle Tank- Carro de Combate Principal)  com capacidades de sobrevivência em teatro de operações apto a executar comando e controle avançados, C4I.
De ressalto, a Mitsubishi Heavy Industries (MHI) foi contemplada como a principal contratante para o desenvolvimento do novo veículo até então chamado TK-X, cuja produção prevista teria inicio em 2010-2011. Tal projeto contava com a participação de um grupo de cerca de 1300 companhias japonesas.
O custo de desenvolvimento a partir de 2008 foi avaliado em aproximadamente US$ 447 milhões e cada veículo custaria algo em torno de US$ 6,5 milhões. Segundo o livro branco da defesa japonesa o custo unitário dos veículos para o ano fiscal de 2014 circundava a casa dos US$8,5 milhões, valor considerado adequado em vista do corte na produção que reduziu o número de pedidos do MBT pelo JGSDF.
Acima: TK-10, protótipo apresentando no ato da execução dos ensaios de campo.
O desenvolvimento do novo MBT foi iniciado pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (TRDI) em 2002. Um protótipo do veículo foi completado em 2006 e muitos dos sistemas embarcados no Type-10 tiveram seus desenvolvimentos iniciados uma década antes (1990), enquanto outros, em  2000, de forma independente por seus produtores.
O veículo, só foi revelado pela primeira vez ao público em 2008 e segundo as informações do JGSDF, em 2010 o Ministério da Defesa Japonês havia ordenado à aquisição de 13 veículos e os testes de corrida foram realizados ao longo de 2007 e 2008.
Nesse mesmo período foram realizados  ensaios de disparo e combate em ambiente coordenado em redes. O TRDI completou o desenvolvimento do veículo  em 2009 e este começou a ser produzido em série a partir de 2010.
As informações do Ministério da Defesa Japonês atestam que o JGSDF reconheceu formalmente o Type 10 Hitomaru-shiki sensha, em dezembro de 2009 e em 2010, as diretrizes orçamentárias e o plano de renovação da JGSDF previam a  aquisição de 600 veículos do modelo.
As primeiras unidades entraram em serviço nas JGSDF em meados de 2012, substituindo os envelhecidos MBT Type-74 e completando as unidades compostas pelo mais recentes Type 90. Devido às restrições impostas pelas leis japonesas remanescentes dos acordos pós – Segunda Guerra Mundial, o Japão não poderá exportar esse veículo de combate.
Talvez a mais notável característica do veículo seja creditada a sua manobrabilidade e sua leveza. O Type 10 é o mais leve veículo  de combate de sua categoria e o segredo para tal feito, reside na blindagem que compõe o casco.
Embora o Type-90 fosse considerado um MBT adequado para o seu tempo, o JGSDF encontrava uma grande dificuldade para operá-lo, especialmente quando se tratava da mobilidade das colunas de blindados. Segundo relatos, em certas condições as torres dos Type 90 tinham que ser removidas para se adequarem ao transporte sobre rodas e mesmo a malha férrea japonesa.
Para o cenário previsto de crescente ameaça chinesa, que passava por uma reestruturação de suas forças blindadas com o desenvolvimento e expansão das suas unidades no final dos anos 90, o Japão se via impelido em responder de forma contundente a uma hipotética ameaça e para tal necessitava de uma arma blindada móvel, leve e capaz de reagir prontamente em qualquer parte do seu território. Adicionalmente, o novo veículo deveria possuir a capacidade de combate centrado em redes.
O programa era pautado na premissa de que as Forças japonesas de então, seriam por si só, superiores as do seu maior adversário regional e potencial, a China.  Acreditava-se que uma força compacta de cerca de 600 novos MBT a frente de forças mais robustas, compostas de veículos Type-90, seriam suficientes para conter o hipotético avanço de forças mecanizadas chinesas em seus territórios.
Julgava-se que ao possuir a capacidade de projetar-se em determinadas regiões do pacífico se assim o fosse necessário, o Japão manteria a superioridade frente a China, e foi nesse contexto que se desenhou o Type-10 e suas especificações respondiam ao cenário projetado pelos estrategistas japoneses.
Acima: A evolução da arma blindada japonesa, ao fundo o Type 74, ao meio Type 90 e a frente o novíssimo Type 10.

SISTEMAS DE ARMAS
Seguindo uma tendencia mundial, o MBT japonês seria equipado com uma arma principal de alma lisa de 120 mm e como esperado, a escolha foi feita em função do consagrado canhão Rheinmetal L-44  de 120 mm produzido sob licença pela Japan Steel Works. A arma é a mesma usada nos MBT Leopard 2 e M1A1 / A2, porém, o fabricante atesta que a versão japonesa possua melhoramentos.
A MHI afirma ainda que a arma pode ser substituída futuramente pelo mais novo canhão L-55 da Rheinmetal sem necessidades de grandes modificações, caso o JGSDF opte por essa decisão.
A arma é idealizada para disparar todo o tipo de munições modernas como os APFSDS, munições perfurantes de blindagens (pearcing armour), HEAT-MP.
A carga explosiva é a mesma adotada pelo canhão JM33 que equipava os Type 90 entretanto, apesar de utilizar a mesma carga no cartucho, o rendimento do canhão fornece perfurações mais eficientes por reduzir a perda de energia cinética no disparo, além de aumentar a precisão da munição, reduzindo a sua perda de momento ao longo da trajetória. O carro transporta 14 cargas armazenadas na seção traseira da torre, porém, munições adicionais são armazenadas no interior do casco do blindado.
Relatos de especialistas  que manusearam o MBT no estágio de treino na escola de blindados japonesa, afirmam que o comando da torre elétrica pode ser acionado pelo simples movimento do dedo sobre o monitor colorido touch screen semelhante ao de um tablet ou celular, segundo informações dispostas, o operador de armas pode inclusive promover o zoom de uma imagem para efetuar reconhecimento com a mesma facilidade que um usuário seleciona a sua foto e zoom em uma selfie.
O carregador pode ser acionado enquanto o veículo efetua o movimento sobre o terreno e mesmo quando o cano executa uma varredura angular para posicionamento e novo disparo. Esta capacidade reduz o tempo de recarga e tiro aumentando a letalidade do veículo em movimento.
Acima: canhão Rheinmetal L44 de 120 mm foi o escolhido para o projeto, entretanto a MHI afirma ser possível a conversão para o L55 sem substanciais modificações no projeto.
O veículo é habilitado à disparar qualquer tipo de munição padrão OTAN atualmente empregada nos carros de combate ocidentais equipados com L-44. Entretanto, os japoneses desenvolveram uma nova carga denominada Type 3 APFSDS, da qual, até a finalização deste artigo, não fora especificado se trata-se de um penetrador de Tungstênio ou de Urânio empobrecido. Independentemente disso, o Japão possui a licença para fabricação dos APFSDS de tungstênio alemães.
Os diferentes tipos de munição disponíveis para a arma  são:
  • Armor Piercing (AP);
  • Armor Piercing Discarding Sabot (APDS);
  • High Explosive Anti Tank (HEAT);
  • High Explosive (HE).
A torre acionada eletricamente, possui capacidade de giro de 360°. O sistema de carregamento é automático. A torre possui ainda um sistema duplo de atenuação de movimento que lhe permite o giro em alta velocidade, segundo informações a taxa de giro seria superior à dos MBT russos T 90MS, considerados uma das mais elevadas taxas de giro até então. Segundo as fontes japonesas o Type 10 consegue efetuar uma rotação completa de sua torre em menos de 9 segundos, durante este tempo o carro efetua a busca e seleção dos alvos enquanto carrega o canhão e efetua dois disparos em alvos estáticos posicionados em lados opostos, inclusive contra alvos em diferentes inclinações de terrenos.
Tudo isto, combinado com a incrível a agilidade do veículo em movimentar-se em marcha ré, lhe garantem a capacidade de ser quase impossível flanqueá-lo sem que este seja capaz de responder ao fogo, neutralizando o seu adversário.
Acima: Utilizando as munições APFSDS o Type consegue índices de perfuração de blindagem muito superior ao seu antecessor o Type 90.
O armamento secundário que equipa o carro, consiste de uma metralhadora pesada HMG-M2 de 12,7 mm montada na estação do comandante do carro enquanto a arma  coaxial de 7,62 mm(Type-74) é posicionada à direita do veículo. isto significa que o comandante do veículo necessita expor o seu corpo ao exterior do veículo caso queira acionar a arma.
Esta deficiência foi constatada ao longo do desenvolvimento do carro e análises de operações das forças blindadas de Israel e Síria, bem como Ucrânia, levaram a TRDI a desenvolver uma proposta alternativa ao uso destas armas. Nos três conflitos citados , comandantes de carro foram alvejados por atiradores habilidosos devido a sua exposição desnecessária.
Como resposta, encontra-se em desenvolvimento pela TRDI de um sistema de torre giro-estabilizada, comandada remotamente, sanando esta deficiência. Adicionalmente,  a torre também é equipada com lançadores de granada de fumaça para proteção do carro.
Corrigindo distorções presentes no projeto do Type 90, os quais os visores dos comandantes apresentavam em certas circunstâncias, problemas com a sua linha de visão semi-bloqueada pelo visor do artilheiro, no Type 10, o visor é posicionado em maior elevação de modo que lhe garante uma visada de 360 ​​º completamente desobstruída.

Acima: 
A baixa silhueta e o desenho de sua torre e casco foram projetados para otimizar o desvio de energia cinética das munições anti carro e compõe um importante item de proteção balística do Type 10.

C 4I & OPTO ELETRÔNICOS
O projeto enfatizou a capacidade de combate C4I (Comando Controle, Comunicações e Inteligência), prevendo melhorias na capacidade de consciência situacional da tripulação, capacidade de comandar grupos de combate, receber e enviar dados para outros veículos em tempo real. Mas também se focou na mobilidade e capacidade de aumentar o desempenho e poder de fogo.
Tanto o atirador como o comandante possuem visores infravermelhos independentes com capacidade de visão 360º capacitados a realizar busca e reconhecimento. As imagens captadas pelos visores são apresentadas num monitor de tela plana que permite aos seus operadores selecionar, ampliar e cravar imagens de modo a permitir o seu reconhecimento e registro quando necessário.
Com o movimento dos dedos o atirador pode selecionar alvos distintos e executar o ataque sequenciado após a escolha destes alvos, a torre e arma serão, então, movimentadas automaticamente  para efetuar os disparos.
O carro é  equipado com um sistema de controle de fogo capaz de rastrear e neutralizar alvos fixos e móveis, o telêmetro laser permite a correção do disparo quando o veículo estiver em movimento ou em giro de sua torre.
Sensores desenvolvidos pela empresa francesa Thales são posicionadas no cano de modo a corrigir distorções ao longo dos disparos. Um sensor atmosférico é posicionado na ré da torre, lhe conferem igualmente a correção ao longo das operações.
A estação do comandante está equipado com um visor panorâmico montado à direita da torre. Ele fornece ao comandante a  situação do terreno exterior de  dia e noite.
Segundo informações oficiais, o veículo possui capacidade de tiro em movimento, porém apenas em condições de movimento linear, nas marchas frontais e ré, embora possa efetuar disparos com variações de elevações de relevo ao longo da corrida.

Acima: 
Em destaque o sistema de detecção de emissões laser logo abaixo do periscópio. Estes sensores estão dispostos em cada canto da torre do veículo.
O MBT está equipado com um sistema de gestão digital do campo de batalha (BMS), que proporciona maior consciência situacional por exibir as informações necessárias aos tripulantes. O carro inaugura a introdução de sistemas avançados e sensores  sofisticados que o posicionam na era do C4I. Assim sendo, o Type 10 é dotado de equipamentos que lhe permitem comunicar e compartilhar informações com outros veículos em rede, ou ainda, tropas de infantaria mobilizadas no terreno ou em conjunto com regimentos de Sistema de Controle de Comando (CER) durante operações de combate integrados.
Futuramente o Type 10 será capaz de receber e enviar dados aos helicópteros de ataque AH-64 Apache e  helicópteros de escolta armada OH-1. Atualmente um MBT pode rastrear e “plotar” o alvo para outro veículo e o disparo pode ser feito coordenado por um ou dos dois, ou mesmo por qualquer outro Type 10 que esteja no alcance dos alvos.
Caso o veículo esteja danificado ou queira se ocultar no relevo, o disparo pode ser feito por qualquer sistemas de armas que compartilhe as informações emitidas pelo veículo. Ataques de saturação por mais de 3 veículos podem ser coordenado por um único veículo que assuma a posição de comando, isto aumenta a letalidade dos ataques e a mudança de posto de cada veículo é feita apenas com um simples toque no visor, transferindo o comando para outro veículo que estiver em rede.

Acima: 
Na imagem o telêmetro laser e corretor de disparos alocados na lateral e seção superior do canhão., na posição direito o periscópio do tirador é exibido

MOBILIDADE
O Type 10 apresenta melhorias significativas em suas capacidades de manobra, proteção, potência e desempenho de fogo, em relação a todos os veículos da geração anterior. O veículo comporta uma tripulação de três integrantes compostas pelo comandante do carro, artilheiro e motorista. A automação reduziu a necessidade de  um quarto tripulante que pode ser integrado ao veículo sempre que desejável.
Relatórios de eficiência operacional coletados em recentes exercícios, apontam que a carga de trabalho do Type 10 é elevada para os três tripulantes especialmente quando os veículos efetuam operações de reconhecimento e ataque coordenado. O volume de informações aliado a necessidade de coordenar e efetuar disparos exige a presença de um quarto tripulante, que entre outras atividades alivia a tripulação nos períodos de manutenções dos veículos em campo de batalha.
O veículo possui um comprimento de 9.4 m, largura de 3,2 m e 2,3 m de altura. Sua baixa silhueta completa o conjunto de medidas de proteção balística e é desenhada para refletir os disparos de armas anticarro desviando do interior do veículo.
A massa bruta é de apenas 44 ton sendo a massa que combate pode chegar a 48 ton quando acrescidas as blindagens adicionais e o carregamento das munições. Estas características o tornam um veículo facilmente transportável por rodovias e linhas férreas, bem como, por unidades aéreas e até mesmo, por caminhões de transporte comerciais. O quesito transportabilidade é inigualável por qualquer um dos modernos carros de combate existentes na atualidade.
Esta capacidade lhe permite ser implantado em uma grande variedade de missões, incluindo a guerra anti-carro, ataques móveis (Aerotransportado), ataques em conjunto com forças especiais e outras contingências.
O veículo possui um sistema de transmissão continuamente variável (Continuously Variable Transmission (CVT)), equipado com suspensão hidropneumática ativa, o que lhe permite ajustar a sua posição. Com isso o Type 10 pode”sentar”, “permanecer”, “ajoelhar-se” ou “inclinar-se” em qualquer direção. Esse recurso oferece uma série de vantagens em relação a  adequação do terreno, giro da torre e disparo da arma em situações de inclinações críticas.

Acima: O motor do Type 10 fica posicionado na parte traseira do veículo, justamente a parte mais vulnerável. Isso tem sido foco de criticas ao projeto.
O veículo é impulsionado por um motor diesel V8, que desenvolve cerca de 1200hp, conferindo-lhe uma  impressionante relação peso/potência de 27 hp / ton.  Acoplado à CVT, o sistema de propulsão do veículo lhe permite efetuar corridas de até  70 km / h à ré, um  impressionante desempenho para o carro em situação de fuga. A autonomia do veículo é de 400 km em estrada pavimentada.
A vantagem adicional fica por conta da capacidade do veículo fugir da ameaça mantendo a sua seção frontal mais blindada, como proteção, ao mesmo tempo que executa a corrida em marcha ré.
O motor está localizado na extremidade traseira do veículo e é bastante grande, alguns especialistas apontam falhas no projeto pois alegam que este é deveras exposto ao fogo inimigo, especialmente a partir da retaguarda onde é mais vulnerável. A TRDI trabalha atualmente no desenvolvimento de um sistema de proteção para o motor do veículo ajustando-se as novas realidades do combate moderno.
Para alguns especialistas, a motorização associada a transmissão e suspensão do Type 10 o tornam um veículo único. Totalmente carregado, o Type 10 desenvolve velocidades de cerca de 65 a 70 km por hora mesmo em relevo acidentado.
A sua aceleração também é  impressionante, permitindo o arranque do veículo parado para a velocidade máxima em pista em questão de segundos (alguns afirmam se tratar em 12 outros 15 segundos).
Uma outra característica surpreendente é a grande agilidade, o que torna possível flanquear qualquer tipo de veículo adversário da atualidade. O veículo possui apenas 5 roletes, número muito inferior ao normalmente encontrado nos MBT modernos, porém esta redução é vista como benéfica pois diminui as necessidades de manutenção dando de acréscimo ao carro, a capacidade de se mover em locais apertados.
Acoplado ao sistema de suspensão dinâmica (hidropneumática), a transmissão/suspensão proporcionam ao Type 10 uma boa estabilidade no disparo da arma e na corrida em terreno acidentado, reduzindo a fadiga do veículo e da tripulação.

Acima: Poder 
“sentar”, “ajoelhar” são algumas das capacidades providas pelo sistema de suspensão do veículo e garantem inúmeras vantagens no campo de batalha moderno.

BLINDAGEM E PROTEÇÃO
A seção frontal da torre  e o caco do veículo são protegidos por um tipo de blindagem cerâmica cujas especificações permanecem em segredo. Julga-se se tratar de materiais compostos nano-estruturados que garantem a proteção à elevados níveis. Estima-se que as laterais do casco e da torre sejam protegidos por blindagem em aço.
O veículo é equipado com “saias de proteção” aos roletes cuja parte inferior é composta por um tipo especial de borracha que atua reduzindo a assinatura infra vermelha do veículo, a seção blindada da saia oferece proteção adicional contra armas anticarro leves, protegendo o sistema de roletes e suspensão do veículo, fato este igualmente questionado pelos especialistas por alegarem uma exposição desnecessária dos roletes.
Painéis de  dispersão para explosões são montados sobre a torre garantindo o direcionamento dos gases super aquecidos para fora do veículo, aumentando as chances de sobrevivência da tripulação caso a torre seja atingida e as cargas explosivas acionadas na sua arca de proteção.
O carro possui diferenciados tipos de proteção para as diferentes seções as quais variam de proteção com grades, metal e cerâmicas especiais. Adicionalmente, uma blindagem modular pode ser adicionada ao veículo aumentando a sua massa total em cerca de 4 toneladas. Seguindo a filosofia vigente na guerra fria, o veículo possui proteção NBC,  foi desenvolvido para sobreviver à guerras químicas, biológicas e nucleares.
O veículo possui sistema de detecção de emissões Laser (LWS) em cada canto de sua torre, os quais acionam automaticamente o lançamento de granadas 7,66m de fumaça e dispersantes de luz.

Acima: 
Em detalhe os detectores de emissões laser. uma vez detectado o acionamento das granadas de fumaça é automático de modo a protegê-lo.

CONTRATEMPOS

Mal os protótipos do veículo encerravam a suas campanhas de testes, o JGSDF se viu frente a um novo desafio e o Type 10 enfrentava agora um adversário interno. Passada uma década do início do desenvolvimento do veículo, em 2013 o governo do Japão encaminhou ao parlamento um novo plano estratégico de defesa que se atualizava frente as ameaças reais e ao direcionamento de recursos para o desenvolvimento e aquisição de armas para as próximas décadas.
O JGSDF reduziu na metade o número de MBT a ser adquiridos, segundo o plano orçamental a força receberá de 2016-2018 o último lote de veículos de um total de 300 encomendados. Apenas duas divisões e o regimento escola de treinamento de blindados serão equipados com o novíssimo MBT.
Quando tal anúncio foi feito, inúmeras críticas surgiram na mídia japonesa e internacional, em geral pautadas ou apenas em questões técnicas (apontando falhas no projeto), ou tão somente sobre a ótica da economia de recursos (cortes orçamentais).
O fato é que no caso do MBT japonês, a decisão de redução das unidades blindadas se deveu muito mais a uma mudança de filosofia e estratégica na defesa do Japão. A nova doutrina se pautou na nova realidade que se desenvolveu ao longo da primeira década do século e diz respeito a revisão de capacidades e necessidades da JGSDF.
Os relatórios emitidos pela defesa japonesa demonstravam um avanço significativo nas competências chinesas, que agora desenvolviam freneticamente a capacidade de promover ataques múltiplos e simultâneos ao território japonês. Os analistas agora se viam frente a uma realidade a qual a sua doutrina não mais se enquadrava.
A china implementou um amplo programa de atualização e renovação da sua força blindada, novos MBT chineses são capazes de fazer frente até mesmo aos mais modernos carros ocidentais, além disso a superioridade numérica e a capacidade de implementá-los, ganhou força com a ampliação da Marinha do PLA e suas capacidades anfíbias.
A China adquirira em uma ou duas décadas o poder de virar a mesa e conseguir atacar ao Japão neutralizando as suas forças. Um novo planejamento passava agora  por uma doutrina de reação rápida e dissuasão, para tal, as unidades blindadas deveriam ser leves, aerotransportadas e de custo operacional mais baixo. Seu intuito agora (JGSDF) é causar dano ao inimigo invasor, retirar-se rapidamente quando possível e atacar novamente sempre que possível.
Neste contexto, as divisões mais pesadas, formam a linha da retaguarda e avançam a medida que a defesa consegue se recompor. Tal conceito não é novidade e se baseia na doutrina italiana que pautou o desenvolvimento do veículo blindado sobre rodas 8×8 Centauro, armado com um canhão  105 mm.
A estratégia de dissuasão, agora pauta-se na capacidade de responder a eminente ameaça e não mais impedi-la, a sutil diferença leva em conta que o inimigo já possui a capacidade de ultrajar a soberania. respondê-la é a ação a partir de agora. Curiosamente esta teria sido a razão para o desenvolvimento do Type 10, porém os especialistas apontam que as mudanças recentes exigiram uma revisão destes requisitos.

Acima: 
Ainda não validados para a produção em massa os veículos Type 89 são esperados para compor as unidades de cavalaria japonesas.
Críticos apontam ainda que o JGSDF ainda  não provou que o veículo Type 89 (APC- Armoured Personnel Carrier) possua armamento, mobilidade e auto proteção suficiente para apoiar os Type 10 no campo de batalha. Apenas 68 exemplares haviam sido produzidos até janeiro de 2014.
Adicionalmente, os veículos Type 96  (WAPC- Wheeled Armoured Personnel Carrier) não possuem proteção e armamento suficiente para fazer frente aos novos MBT chineses ou coreanos que foram desenvolvidos desde então. Além disso, os Type 96 não possuem a capacidade de seguir os Type 10 em terreno acidentado.
Atualmente as unidades que deveriam receber os Type 10 são equipadas com o novo veículo (MCV- Manoeuvre Combat Vehicle) 8×8 armado com o canhão de 105 mm, o qual possui uma massa de 26 toneladas muito mais leve e distante das capacidades do Type 10 planejado.
A única variante existente do veículo (Type-10) é o Type 11 um veículo de recuperação CVR- Crawler Vehicle Recovery) que foi desenvolvido em finais de 2013 e que possui o mesmo sistema de suspensão, capaz de tracionar veículos de 45 toneladas e içar veículos de 23 toneladas.
Seja como for, a revisão doutrinária foi interpretada de forma errônea pelos críticos e especialistas, uma vez que em momento algum esta desconsidera as capacidades do MBT, mas sim, se deve ao fato de uma mudança no emprego da força blindada. Muito provavelmente o veículo sofrerá programas de atualização corrigindo o projeto e o adaptando as novas realidades.

Acima: 
Os MCV serão o futuro da força blindada japonesa que apesar de críticas, deve se juntar aos Type 10 compondo as forças de combate do JGSDF.

NEXTER AMX-56 LECLERC


FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 72 Km/h em estrada; 50km/h em off road,
Alcance máximo: 550 Km.
Motor: Motor diesel SACM V8X-1500 de 8 cilindros em V e 1500 hp de potência. 
Peso: 57,4 Toneladas (versão mais recente). 
Comprimento: 9,87 m (contando o canhão)
Largura: 3,71 m.
Altura: 2,92 m.
Tripulação: 3 tripulantes.
Inclinação frontal: 60º.
Inclinação lateral: 30º.
Passagem de vau: 1 m; (4 m com preparação)
Obstáculo vertical: 1,25 m.
Armamento: Um canhão Nexter CN120-26 120mm com 40 granadas sendo 22 delas prontas para uso; 1 uma metralhadora pesada modelo M-2HB calibre .50 (12,7 mm) e uma metralhadora AAT-M-52 em calibre 7,62X51 mm; 14 granadas lançadoras de fumaça.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
Em meados dos anos 80 do século passado, o Exército francês precisava de um substituto de seus velhos carros de combate AMX-30, que era um MBT relativamente leve e com uma blindagem mais fina que dos carros de combate soviéticos contemporâneos e que, certamente estariam em desvantagem em caso de uma invasão soviética na Europa ocidental. Alguns anos antes, a França tentou um acordo para desenvolvimento conjunto de um novo e pesado MBT com a Alemanha, mas diferenças de prioridade levaram ao fracasso desse desenvolvimento, deixando os franceses sozinhos. O problema aqui era que, com o nível de complexidade e sofisticação que a França procurava em seu novo projeto de MBT, seria muito interessante um parceiro internacional para dividir os elevados custos desse programa. O parceiro ideal apareceu na forma do Emirados Árabes Unidos que assinou um generoso contrato de aquisição de 434 viaturas do novo projeto francês conhecido pelo nome de Engin Principal de Combat (EPC), naquele momento. Em 1986 o projeto foi rebatizado com o nome oficial de AMX-56 "Leclerc" e se tornou o mais avançado carro de combate MBT da Europa ocidental.

Acima: O carro de combate AMX-30 estava em desvantagem frente aos modelos de MBTs soviéticos devido a sua proteção inferior, assim coimo menor poder de fogo com seu canhão de 105 mm. O Leclerc foi desenvolvido com objetivo s]de substituir esse veículo no exército francês.
A suíte de sensores do Leclerc é bem completa contendo 8 periscópios a disposição do comandante mais uma mira panorâmica HL-70 estabilizada com recursos de intensificador de imagem e integrada a um telêmetro a laser fabricada pela SAGEM. É interessante observar que o comandante tem ainda a apresentação da imagem da mesma câmera de imagem térmica usada pelo artilheiro, melhorando muito a consciência situacional da tripulação nos tensos momentos de batalha. A estação do artilheiro está equipada com uma mira estabilizada SAVAN 20 que por sua vez tem uma câmera termal. Além disso, o artilheiro conta com acesso a 3 periscópios. O motorista também conta com 3 periscópios e uma mira OB-60 desenvolvida pela empresa Thomson- CSF que fornece imagem para qualquer condição de luminosidade. Os sistemas de miras comentados acima estão integrados a um computador de controle de fogo  FINDERS (Fast Information, Navigation, Decision and Reporting System) capaz de selecionar 6 alvos em rápida sucessão com a solução de tiro para eles em pouco mais de 30 segundos.

Acima: Nesta foto em close podemos ver a esquerda a torre da mira estabilizada SAVAN 20 e a mira HL-70 do comandante a direita. Este conjunto representa os principais sensores dentre todos que são usados no Leclerc.
A blindagem original do Leclerc já era uma das mais efetivas dentre os atuais MBTs do mundo. A blindagem é modular composta por placas de aço que podem ser substituída facilmente quando danificadas. A blindagem principal tinha uma composição de aço, cerâmica e kevlar. As versões atuais do Leclerc, no entanto, receberam o reforço de placas de titânio e tungstênio que tornam ainda mais efetiva, principalmente contra projéteis perfurantes tipo flecha, ou APFSDS. O topo no Leclerc, recebeu uma proteção extra para proteger o blindado de mísseis que ataquem a parte superior do veículo, que normalmente, em outros carros de combate, é bastante vulnerável. O Leclerc conta, ainda com 8 granadas de fumaça (que podem ser do tipo anti pessoal também), que quando usadas dificultam a localização exata do veículo para as forças inimigas. 
Ainda há uma suíte de medidas defensivas KBCM que alerta o comandante do veículo quando um sistema de laser estiver iluminando o veículo e quando mísseis tiverem sido lançados contra o veículo, permitindo que se tome medidas evasivas para evitar que mísseis guiados a laser atinjam o Leclerc. O sistema conta ainda com recurso de interferir em buscadores infravermelhos anulando a eficacia de armas que usem esse tipo de buscador. O Leclerc é, ainda, totalmente preparado para operar em um ambiente químico, biológico, nuclear (NBQ).

Acima: Além da forte blindagem da carroceria, que é composta de titânio e tungstênio, o Leclerc ainda recebe uma blindagem modular na forma de placas extras externas como mostrada em verde nessa ilustração.
O armamento principal do Leclerc é o potente canhão GIAT CN-120-26/52 em calibre 120 mm compatível com diversos tipos de munição, incluindo a APFSDS (perfurante de blindagem que também é chamada de penetradora por energia cinética) e munição HEAT (Alto Explosivo Anti Tanque). Todas as outra munições deste calibre usadas em carros de combate da OTAN, como o M-1A2 Abrams dos Estados Unidos, por exemplo, podem ser usadas pelo Leclerc sem problemas. Uma característica interessante do Leclerc é que o sistema de recarga do canhão é automático, ou seja, dispensa um homem para fazera recarga. São colocados 22 granadas de 120 mm no carregador, deixando o canhão pronto para usar imediatamente essa munição a uma cadência de 12 tiros por minuto. Outras 18 granadas são estocadas na torre. Como armamento secundário, há uma metralhadora coaxial pesada M-2HB calibre 12,7X99 mm (.50) e uma outra mais leve, modelo  AAT-M-52 em calibre 7,62X51 mm operada remotamente de dentro da torre.

Acima: O potente canhão CN-120-26/52 em calibre 120 mm pode destruir a maior parte dos blindados conhecidos. Seu carregamento automático permite manter uma cadencia de 12 tiros por minuto.
A propulsão deste poderoso carro de combate é proporcionada por um motor diesel SACM V8X-1500 de 8 cilindros em V  que produz generosos 1500 hp de potência que permite ao Leclerc acelerar a uma velocidade máxima de 72 km/h em estrada ou até 50 km/h em terreno irregular.  A aceleração de 0 a 32 km/h é feita em 6 segundos cravados. Nada  mau para um veículo com  57400 kg de peso. A transmissão  é do tipo SESM com 5 marchas a frente e 2 de ré. A suspensão hidropneumática garante a estabilidade e agilidade em condição off road. O tanque de combustível tem capacidade de 1300 litros de diesel que permitem uma autonomia de 550 km. É possível estender esse alcance com a adição de tanques externos que aumentam essa autonomia para 650 km.

Acima: O Leclerc está entre os mais rápidos MBTs do mundo graças a sua potente motorização de 1500 cavalos representada pelo motor turbo diesel  SACM V8X-1500 de 8 cilindros em V.
O carro de combate AMX-56 Leclerc representa um dos mais avançados MBTs do ocidente e mesmo do mundo. Ele reuniu bom desempenho de mobilidade com uma proteção balística eficiente e modular, bem dentro das tendências que vemos em projetos contemporâneos, e um poder de fogo respeitável, com um potente canhão de 120 mm com carregamento automático, levando a uma diminuição de sua tripulação que agora já não precisa ter um homem encarregado da recarga do canhão. Seus sensores integrados a um computador de gerenciamento de batalha o permitem engajar 6 alvos em cerca de 30 segundos, o que representa uma façanha em se tratando de um carro de combate pesado. Resta saber, agora, como o Leclerc se sairia em um ambiente de batalha de alta intensidade onde ele tivesse uma oposição respeitável de carros de combate pesados modernos do inimigo e tendo que lidar com munições anti tanque de helicópteros de ataque e mesmo da infantaria. A automação do sistema de alimentação do canhão realmente é uma outra importante tendência quando tratamos de MBTs, mas será que ele tem robustez e confiabilidade suficiente para continuar funcionando perfeitamente mesmo depois de impactos diretos na blindagem do veículo? Fica aqui essa questão para reflexão.

Acima: O Leclerc é um excelente carro de combate, porém, devido a seu elevado custo, teve pouco sucesso no mercado internacional.