sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

REO Motor Car Company no Brasil - Parte I



História e Desenvolvimento. 


Após o termino da Segunda Guerra Mundial, as forças armadas americanas, mais notadamente o exército, buscava um substituto para sua imensa frota de caminhões truck com tração 6X6 que era composta pelos veteranos GMC CCKW e Studebaker, desta maneira uma concorrência nacional foi aberta, tendo como vencedora a empresa REO Motor Car Company, que apresentara no início de 1949 o seu modelo M-34 , um caminhão médio tração 6X6 e capacidade de carga de duas toneladas e meia, sendo equipado com um motor a gasolina OA-331 Continental  I-6, sua encomenda inicial foi de 5.000 unidades para o exército onde receberia o nome de “Eagle Beaver”, com sua produção em série sendo iniciado na planta industrial em Lansing, Michigan.

O primeiro teste em combate ocorreu no teatro de operações da Coreia, com centenas de unidades enviadas a linha de frente, a experiência real evidenciou necessidades de alteração no projeto original em série foi iniciada em 1950. O emprego no teatro de guerra da Coreia determinaria alterações na versão original visando melhorar fatores de desempenho, sendo a mais perceptivas a inclusão de conjuntos duplos de pneus nos eixos traseiros, visando assim além de aumentar a capacidade de transporte, facilitar o deslocamento em trechos fora de estrada, e também a adoção de um novo motor multi combustível, muito mais eficiente que o original a gasolina. Estas alterações culminariam em uma nova versão denominada REO M-3, que passou imediatamente a ser produzida como parte do contrato inicial, após a guerra da Coreia, a empresa perderia por questões de custo de produção para a General Motors um novo contrato para a produção do M-35, porém durante o conflito no Vietnã , a REO Motor Car Company novamente passaria a fabricar o modelo. 

A adoção em larga escala do novo modelo automaticamente relegou os M-34 a atividades de segunda linha em unidades de reserva ou ainda estocagem como excedente militar, sendo que em seu pais de origem os últimos veículos permaneceram em serviço somente até os anos de 1967 e 1967. A grande maioria da frota foi cedida a nações amigas, entre elas em maior número para o Exército do Vietnã do Sul, um total de 32 países chegaram a receber o modelo, sendo possível que atualmente ainda hajam unidades operacionais. 

Emprego no Brasil. 

Na segunda metade da década de 1950, o Exército Brasileiro assistia o vertiginoso crescer de seus índices de indisponibilidade de sua frota de caminhões médios que ainda era composta pelos já obsoletos modelos americanos GMC CCKW e Studebaker, o principal problema estava baseado no fluxo de suprimento de peças de reposição, mais notadamente dos motores a gasolina.

Dentre as opções estudadas a aquisição de um modelo de fabricação nacional foi descartado pois o maior produtor de caminhões brasileira a FNM (Fabrica Nacional de Motores), apesar de já ter fornecido seus veículos ao exército anteriormente, não dispunha de modelos que atendessem as especificações desejadas.

Neste cenário a melhor opção em termos de custo e benefício seria a aquisição de caminhões usados, oriundos dos estoques americanos, se valendo para isto dos termos do Programa de Assistência Militar – Brasil Estados Unidos (MAP), o contrato inicial foi firmado no início de 1958, prevendo o recebimento de aproximadamente 1.000 unidades entre eles cerca de 270 do modelo M-34, que foram entregues em fins do mesmo ano. Distribuídos em conjunto com os M-35 , os REO M-34 vieram a trazer um novo alento ao exército recuperando a capacidade de mobilidade que há muito se encontrava reduzida devido a indisponibilidade da frota anterior.

Foram empregados principalmente em missões de transporte de tropas, cargas, reboque de peças de artilharia e demais funções não especializadas de logística, participando ativamente das missões de apoio ao contingente pelo exército brasileiro em apoio aos contingentes enviados pelo Brasil para compor as tropas empregadas na UNEF (United Nation Emergencial Forces) na pacificação do conflito Israel e Egito. Com o passar dos anos e a estruturação mais adequada da indústria automobilística nacional e a aquisição de versões militarizadas de caminhões da Mercedes Benz, os  M-34  foram sendo relegados a tarefas de segunda linha, permanecendo em operação até os primeiros anos do século XXI, quando enfim foram desativados, contando com apenas alguns veículos  preservados em suas unidades.

Apesar de estarem já desativados há algum tempo o Parque Regional de Manutenção da 1º Região Militar, no Rio de Janeiro  vem realizando testes com um variante nacional derivada do M-34, basicamente trata-se um veículo 4X4 de pequeno porte com fins de emprego para as unidades de paraquedistas , com capacidade de ser aerotransportado, este protótipo denominado VTNE ½ Ton (Viatura de Transporte Não Especializado) Candiru I, poderá se aprovador for garantir uma nova sobre vida aos lendários REO no Brasil.

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