No início de 2012 tive o prazer de conhecer o caminhão Steyr Puch Pinzgauer, um off-road de origem austríaca utilizado pelas forças armadas de vários países. Vamos relembrar essa história
Por James Garcia Fotos Mateus Verzola
Praticamente desconhecido no Brasil, já era tempo de abordarmos o robusto Pinzgauer, que em realidadeé o nome de toda uma família austríaca de utilitários de alta mobilidade, equipados com tração 4×4 e 6×6.
Desenvolvido originalmentenofinal dos anos 1960pelaSteyr-Daimler-Puch, localizada em Graz, na Áustria, ganhou o nome Pinzgauer para homenagear a raçadecavalos daquele país.
Essas primeiras gerações do Pinzgauer (710, 712) foram produzidas até 2000 na Áustria. Esses veículos foram e ainda estão em uso em muitos exércitos ao redor do mundo como a Áustria, Suíça, Reino Unido, Arábia Saudita, Tailândia, Albânia e Bolívia. Quando milionário austríaco Mr. Stronach assumiu a quota majoritária de veículos Steyr-Daimler-Puch, ele concedeu o direito de construção do Pinzgauer Steyr para a Technik Automotive Ltd (atual BAE).
Foi, e ainda, é um veículo muito popular entre os compradores militares e continua em produção até hoje. Esses veículos também foram fabricados em Guildford, Surrey, Reino Unido, pela BAE Systems Land & Armamento.
Em 2000, os direitos da marca foram vendidos para a Automotive Technik Ltd no Reino Unido e, posteriormente, adquirida por Stewart & Stevenson Services Inc. em 2005. Em maio de 2006, a Stewart & Stevenson tornou-se subsidiária do grupo empresarial aeroespacial e de defesa Armor Holdings. Um ano depois, a Armor Holdings foi adquirida pela própria BAE Systems, que interrompeu a produção no Reino Unido, pois os veículos se mostraram vulneráveis às minas e dispositivos explosivos no Afeganistão.
O protótipo original do Pinzgauer surgiu em 1969 e sua produção começou em 1971 para suceder o Haflinger 700 4×4, um carro militar leve e de uso polivalente. O Pinzgauer era disponível na versão 4×4 (modelo 710) e tração 6×6 (modelo 712), ambos com diversas versões.
Embora não seja muito rápido (110 km/h de velocidade máxima), trata-se de um veículo todo-terreno eficiente, com ótima capacidade de transporte de tropas, sua principal função.
Os 710M transportavam 10 pessoas ou duas macas padrão NATO. Tanto os modelos 4×4 quanto os 6×6 rebocavam 5 mil quilos na estrada ou 1.800 no off-road. Tinha autonomia de mais de 400 quilômetros com um tanque de combustível e quase 700 com o tanque de 125 litros opcional.
Projetado para ser confiável e fácil de reparar, o Pinzgauer era impulsionado com motores de quatro cilindros em linha, 2.5 litros e 2.7 litros (nas versões ambulância dos últimos anos de produção), à gasolina, refrigerado a ar e dotado de duas bombas de óleo para que não parasse.
A construção seguia o padrão tradicional de carroceria de chapas fixada sobre o chassi, com uma distribuição de peso uniforme e melhor centro de gravidade possível.
Os três diferenciais são todos fechados e requerem lubrificação adicional mínima.
A transmissão é curiosa, com uma caixa de câmbio que tem praticamente o comprimento de todo o veículo. Nessa versão 6×6, os três eixos “saem” da caixa de transmissão, tem movimento lateral e são suportadas por molas helicoidais. A suspensão das duas rodas traseiras conta ainda com um meio feixe de molas semi-elípticas. O sistema foi claramente projetado para fornecer a tração máxima nas circunstâncias mais exigentes, junto com o aumento da sua carga e reboque de transporte.
A versão 4×4 foi a mais popular, mas o Pinzgauer nasceu para ter configuração 6×6 desde o início. Durante a produção da primeira geração, de 1971 até 1985, foram feitos 18.349 modelos 710 e 712, sendo vendidos a clientes civis e militares.
No Brasil
Em nosso País, pouco se sabe sobre esse curioso “caminhãozinho” e mesmo para o dono atual, o empresário Americo Maximiliano Biason, de 73 anos, esse Pinzgauer fabricado em 1975 é uma “caixinha de surpresas”. Atiçado pelo filho, Adilson Biason, proprietário da Max4, empresa que desenvolve projetos de customização e construção em jipes e veículos 4×4, Americo se apaixonou pelo utilitário no momento em que o viu, estacionado numa loja de automóveis em São Paulo, em novembro de 2011.
O 6×6 foi importado da Suíça e a única mudança feita foi a cobertura da cruz vermelha que havia na carroceria. “Ele está em ótimo estado, não foi restaurado ou reparado. Simplesmente foi pouco usado e por isso se manteve como novo”, comentou Adilson. Nos Estados Unidos, onde a procura por veículos diferentes é grande, a importação desses modelos para o uso civil e de lazer é comum.
“É um tremendo off-road, anda bem, é confortável e, claro, tem uma performance na terra muito boa, similar a do Unimog”, contou Adilson, complementando que essa unidade será mantido do jeito que está, impecável e original.
Ficha Técnica – Steyr Puch Pinzgauer 712-M 30 6×6 1975
Ficha Técnica
Motor: dianteiro, longitudinal, quatro cilindros em linha
Cilindrada: 2.500 cm3
Potência: 91,25 cavalos
Torque: 18.35 kgfm
Combustível: gasolina
Alimentação: carburador Zenith 36 dual-NDIX
Refrigeração: ar
Transmissão: câmbio manual de cinco marchas à frente mais ré
Tração: 6×2, 6×4, 6×6 e todas as opções + reduzida através de caixa de transferência com duas velocidades. Bloqueio de diferencial 100% em todos os eixos 100%
Suspensão
Suspensão
Dianteira e traseira: independente com eixos móveis e molas helicoidais. Meio feixe de molas semi-elípticas nas rodas traseiras
Dimensões (mm)
Comprimento: 4.955
Largura: 1.760
Altura: 2.100 milímetros
Entre eixos: 2.000 + 980
Altura livre do solo: 335
Peso vazio: 2.400 kg
Carga útil: 1.500 kg
Peso trailer: 2.250 kg
Sistema elétrico: 24 volts sistema à prova de água
Tanque de combustível: 75 litros
Acessórios: Pneu de reposição, ferramentas, correntes de neve, manual em Inglês, cor verde padrão do Exército Suíço
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