A segunda geração de picapes e caminhões da Chevrolet, chegou as revendas em 1964, quando a General Motors do Brasil apresentou uma linha totalmente renovada, compreendendo as picapes C-14 de chassis curto, com 2,92 metros entre eixos, e a longa C-15 de 3,23 metros, além do caminhão C-65. Apresentada no Salão do Automóvel daquele ano com o código C-1416, era derivada da linha de picapes Chevrolet C14, que substituiu, em março de 64, a série Brasil 3100 dos anos 50, o primeiro veículo sem ser caminhão fabricado pela General Motors no país, graças ao incentivo do GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilística) do governo Juscelino Kubitschek.
A C-1416 era radicalmente diferente. Para começar, tinha quatro portas, numa época em que perua no Brasil só tinha duas, com exceção da Simca Jangada. E ainda abriu caminho para as SUVs de hoje. As linhas eram retas e abusavam de vincos no capô, na lateral e na traseira inclinada. Quinas arredondadas só no para-brisa e no recorte das duas primeiras janelas laterais. O teto também era mais baixo. Parecia compacta, mas tinha 5,16m de comprimento, 1,97m de largura e 1,73m de altura. O motor da C-1416 era o mesmo dos caminhões, da picape e também da Amazona, um seis cilindros em linha, 4.3 litros (2.478 cm³ ou 261 polegadas) com 142 cavalos de potência bruta. O câmbio era manual de apenas três marchas, com alavanca na coluna de direção. Uma evolução era a sincronização da primeira marcha. Outra novidade era a suspensão dianteira independente e molas helicoidais nos dois eixos. Isso garantia um comportamento de carro de passeio, com extrema suavidade, e uma grande melhora na estabilidade. Fora da estrada, na falta de tração integral, como nas rivais Toyota Bandeirante e Rural Willys, havia a "tração positiva", opcional que nada mais era que o bloqueio de diferencial.
Em 1966, a General Motors lançou uma versão especialmente preparada para ambulância com base na C-1416, e passou a receber a designação de C-1410, sendo equipada com uma maca de 1,98 x 0,58 metros, suporte para cilindro de oxigênio, divisória integral, armário para medicamentos e banco para assistente no interior, possuía ainda sistema de sirene com luz intermitente no teto e vidros traseiros translúcidos
Em 1969, surgiu, enfim, o nome Veraneio para a perua C-1416. Ganhou também um face-lift que manteve os dois pares de faróis, mas suavizou a grade, com frisos finos cromados e sem a assinatura Chevrolet. O interior sofreu poucas alterações, apenas ganhando acabamento mais simples e novo quadro de instrumentos, agora circulares. Depois que passou a se chamar Veraneio, a GM tentou fazer jus ao nome, oferecendo a versão luxo, a partir de 1971, com teto de pintura diferente e calotas cromadas. Já para atender aos trabalhadores, meses depois, disponibilizou a básica Econômica, com grade de plástico.
A partir de 1985, duas décadas depois de seu lançamento, a geração anterior de maior longevidade da Chevrolet chegava ao fim, substituída pelas novas picapes da série 10 e 20, cuja base estava na gama de camionetes das séries C e K norte americanas da safra de 1983, porém customizadas para o mercado brasileiro. A produção desta nova linha se manteve até meados da década de 1990, quando a crise econômica motivou a queda na demanda por grandes utilitários, ao todo foram produzidas quase 70.000 unidades, sendo que destas 12.054 eram da versão ambulância.
Emprego no Brasil.
O lançamento da família GM C-1416 e C-1410 Veraneio em meados da década de 1960, veio a preencher uma lacuna no que tange a veículos utilitários de grande porte para o Exército Brasileiro para emprego urbano, pois apesar de já dispor de camionetes deste mesmo fabricante e veículos Rural Willys , o mesmo tinha a necessidade de melhorar sua frota neste aspecto. O modelo C-1416 foi adotado inicialmente pelas policias militares dos estados, onde ganharam o apelido popular de Camburão, muito influenciada pelo bom desempenho desta versão o Ministério do Exército Brasileiro optou pela adoção das primeiras unidades a partir de 1966.
Logo que recebidos os primeiros C-1416 foram distribuídas as diversas unidades do exército espalhadas pelo território brasileira, basicamente os modelos “militarizados” possuíam poucas diferenças com a versão civil do utilitário, e seu bom desempenho logo conquistou os motoristas, em seguida foram celebrados novos contratos não só para o fornecimento de mais unidades, bem como a adoção da versão utilizada pelas policias militares que dispensava o porta malas para a instalação de um habitáculo para transporte de presos, eliminado também as duas últimas janelas de vidro, sendo substituídas por placas de ferro reforçado com orifícios para ventilação, a totalidade das unidades encomendadas nesta configuração foi destinada aos grupamentos da Policia do Exército (P.E).
A próxima versão a ser adquirida em 1966 foi a C-1410 para o emprego como carro ambulância, pois até a presente data o Exército Brasileiros estava equipado ainda com algumas poucas unidades dos Dodge WC-51 e dos novos Rural Willys, porém eram veículos projetados para o uso off road e não indicado para emprego urbano, a exemplo das duas versões anteriores os veículos adquiridos pelo exército em nada diferiam das versões civis de ambulância, recebendo apenas a cor padrão verde oliva com as marcações de socorro.
A partir de 1986 começaram a ser recebidas as novas unidades da versão das séries 10 e 20 o que determinou a gradativa retiradas das primeiras unidades recebidas há 20 anos, este processo perdurou até fins da década de 1980, sendo os veículos remanescentes leiloados juntamente com outros modelos desativados.
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